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Do trabalho a sala de aula: O Foco

O 2º episódio feito junto ao entrevistado Denis Oliveira, conta um pouco sobre a corrida rotina que um estudante acaba tendo que lidar ao encarar de frente estudos e trabalhos, além de dicas incríveis não só para os interessados em economia, como também para aqueles que visam melhorar a rotina tão conturbada do dia à dia!

Talita Souza – Oi, meus amores! Tudo bem? Quem fala é a Talita Souza e eu trouxe aqui no 2º episódio do #CADACURSOCONTA, um amigo muito querido para abordar um pouco sobre sua rotina como estudante, trabalhador e por aí vai. Já conhecido por mim, sei que como é alguém multitarefas, e agora deixarei ele se apresentar um pouco a vocês:

Denis Oliveira – Olá, pessoal! Que introdução legal hein! (risos) Usarei nas minhas redações. Bom, eu sou o Denis, tenho 21 anos e atualmente trabalho como assistente de preços e também como feirante. Estou cursando economia, e irei agora para o 2º semestre (a partir de agosto).

Talita Souza – O Denis, como afirmado no início, é uma pessoa multitarefa! (risos) E bom, o meu pai também trabalhou muito tempo na feira, então ia todos os sábados. Era uma coisa que praticamente eu cresci, vamos dizer assim, vivendo bastante. Por isso, sei que querendo ou não é um pouco puxado, né?! Você acorda cedo, ter que montar barraca, não sei... Infelizmente nunca tive a oportunidade de te ver trabalhando, mas posso imaginar como é o dia à dia. Você só trabalha no final de semana, correto? Então, ainda tem a semana, que você trabalha como... Perdão... Fiscal de preços?

Denis Oliveira – Isso, apenas aos sábados e domingos e na semana como assistent pricing, de preços, exato!

Talita Souza – Gente, que chique, meu Deus! (risos) E ainda cursa economia, pessoal, pensa comigo: é puxado! Eu mesma, trabalhando junto aos estudos, e já fico cansada... Imaginem ele que vai no final de semana ainda, sábado e domingo! Mas, fale um pouquinho da feira, sua rotina, porque até então não tive tanto contato assim. É puxado mesmo? Pelo menos o que você faz?

Denis Oliveira – Olha, a feira e a família do Denis são uma coisa semiótica! Uma vai ajudando a outra, está no sangue. Então, desde pequeno indo com a minha mãe, minha tia, uma época também com meu pai. Porém, sobre essa questão de ser puxado... É sim, pois é um trabalho bem físico, não são 8h por dia, ás vezes são 16h ou 12h, porque tem a questão de fazer as compras, o carregamento do carro, mercadoria, chegar cedo, montar, preparar tudo... Por isso, tudo é algo que exige esforço, mas não é difícil, e sim processual! Você pega a prática fácil, é bom que ajuda no desenvolvimento da comunicação, números para quem gosta e para os que não também, já aprende um pouco. Não é o melhor trabalho do mundo, mas não é ruim, eu até gosto! Me divirto muito. Já sobre as táticas, que podem facilitar... É só vivência! Não há nada que vá facilitar não, tudo aprendizado, amizades.

Talita Souza – Entendi! Acredito que no fundo essas coisas são boas na nossa vida desde a infância, já que eu mesma trabalho, atualmente, como auxiliar administrativa na oficina mecânica do meu irmão, no começo eu não gostava mesmo! Tinha que falar no telefone, e eu era muito tímida, então tive que me esforçar. Hoje em dia, posso afirmar que sou bem melhor, pelo fato que me acostumei, e bom, já que estou fazendo jornalismo, isso ajuda muito, pois tudo acaba sendo comunicação.

Na feira mesmo, acredito que você tenha muito a questão do marketing, vejo que muita gente tem aquela ‘’lábia’’, não é nem isso... Mas um jeito de falar, uma maneira que convence... Eu, de verdade, considero um marketing, é muito bacana!

Denis Oliveira – Ah é! O jeito que você fala deve cativar a pessoa para ela virar a freguesa e comprar seu produto, o objetivo é você vender. Então, sempre tentamos tratar da melhor forma, oferecendo e entender o que o cliente deseja. Sempre perguntar o que precisa e para quê, no meio desse diálogo tentar compreender. Sem forçar a pessoa, apenas entender e mostrar que aquilo (seu produto) irá ajudá-la.

Talita Souza – Com certeza! Você deu um passo bem grande esse ano, que foi entrar para a faculdade de economia! Me diz um pouco sobre isso, a feira teve alguma ligação com a escolha do curso? Já que o podcast é sobre profissões, como foi a decisão final? Porque eu acredito ser uma matéria mais para exatas, não? E a minha pessoa é muito de humanas, então parece ser um tanto difícil (na verdade nada é fácil, né?!) Apesar da pandemia, está algo que você esperava?

Denis Oliveira – Sobre o porquê da economia e como é, o curso é bastante história, com um pouco de filosofia e tudo, todavia, não mexe muito com cálculos. É mais você entender como funciona e reage determinado país, muito estudo de acontecimentos históricos e como refletem, pelo fato de que ocorrem e todos parecem diferentes, mas a base é parecida! Portanto, estudamos também a previsão de mercado, por exemplo, com a pandemia no momento, com tamanha crise, o que os eventos anteriores podem ajudar na superação desse momento? Então, é tentar entender como tudo funcionar para achar as melhores saídas e aprimorar os processos na sociedade, em questão de crescimento, desenvolvimento, essas coisas.

Já a faculdade, por ter sido o 1º semestre, está sendo um pouco confuso a questão de ficar em casa, mas no final é uma base geral para entender. Eu também já fiz um curso técnico antes de entrar, de administração, e por isso não vim tão despreparado, até na escolha de economia, já que nas aulas de matemática financeira eu já sentia uma excitação a mais do que RH e marketing. Ajudou muito na tomada da decisão!

Talita Souza – A maioria acredita que deve ser totalmente de exatas, é verdadeiro?

Denis Oliveira – Não, não. Nesse meu 1º semestre só tive apenas uma matéria que envolvia cálculos, as demais eram relacionadas a história e desenvolvimento do pensamento crítico. Só houve matemática aplicada, contudo, era tranquilo, até a mais tranquila do semestre. Agora, tive história da economia, para entender início e fim do feudalismo, evolução histórica, o surgimentos dos primeiros mercados, mercantilismo, entre outras. Na parte de mercado, eu tive um bom professor, Osmar, que desde a 1º aula você podia sentir que ele é bom naquilo! Citava os principais eventos atuais e fazia um overview (do inglês, visão geral) econômico, falando sobre as bolsas, mercado do ouro, previsões de economistas. Isso tudo foi ótimo para entendermos como que funciona um pouco já.

Talita Souza – Eu estou fazendo jornalismo, e nesse semestre tive economia, mas antes já estava meio ansiosa por essa matéria, não sabia se seria algo muito bom ou ruim! Estava nessa balança pelo medo e foi justamente nesse semestre que mudei de faculdade, já me encontrava meio baqueada pela transição e como seria a nova turma. Contudo, foi uma experiência, que querendo ou não, eu tento extrair as boas coisas. A gente teve a oportunidade de analisar e discutir esse tema.

Por isso, apesar de parecer um monstro de sete cabeças, não é, gente! De verdade, tem essas coisas de entrarmos no curso e até mesmo desistir em razão de uma matéria só, já que quando entramos são várias diferentes, não podemos cursar somente o que desejamos! Então, eu tive essa chance e vi que não era isso, apesar das complexidades e termos, pude ver que pode ser algo legal.

Agora sobre estágios, não sei se você já tem algum colega que já exerce a área, apesar de que, geralmente é após o terceiro semestre que começam a contratação.

Denis Oliveira – Da minha sala acredito que não, e como foi um semestre atípico, não tive muito contato com as pessoas. Eu sei que há muitos que trabalham em escritório e tesouraria, mas não exatamente em economia. Agora, na minha área mesmo tenho um amigo, já formado, hoje trabalhando nas políticas de preço da minha empresa com as definições de cada produto por região. Tal função implica muito na economia, pois mexe com tributos, relatividade de mercado, e os porquês das vendas no local, por exemplo: Se a minha fábrica é em Minas Gerais , o que eu poderia vender mais caro no Ceará? Ou mais barato aqui em SP visando a questão de logística? Por isso, acredito que ele trabalhe já na área. Acabei fugindo da sua pergunta.

Talita Souza – Não, não! Fez todo sentido, já que as pessoas também querem saber além do estágio, digo, o mercado profissional.

Mas agora, falando sobre a pandemia que atrapalhou muita gente (principalmente os calouros como você), acha que isso tudo está fazendo muita diferença?

Denis Oliveira – Sempre preferi o ensino presencial, a distância me dá um pouco de dificuldade e creio fazer bastante diferença. No meu curso, voltando ao assunto de bom professor, minha primeira aula foi boa (presencialmente). Já online... Perde muito, apesar dos esforços feitos pelos professores para manter a qualidade do ensino, não é a mesma coisa! Mesmo que não necessite tanto a minha área das ferramentas físicas, ainda assim faz.

Há, da mesma forma, a timidez de muitas pessoas para fazerem perguntas nas chamadas de vídeo que em uma aula presencial seria bem mais fácil, pois tem uma sintonia! Muitas pessoas podem sair com dúvidas assim.

Talita Souza – O mesmo na minha área, pois tenho em todos os semestres um projeto para desenvolver, e geralmente há entrevistas, o que é muito diferente você fazer por e-mail e pessoalmente! Como aqui mesmo, haha! Gente, para quem não sabe, os episódios do podcast são gravados via Skype devido a quarentena. Então, você olhar nos olhos da pessoa é algo totalmente diferente, você fica sincronizado ali, entendem?!

Denis Oliveira – Sim, até mesmo problemas que podem dar no computador #ACABALOGOPANDEMIA

Talita Souza – Exato, o "ruído" que pode haver na comunicação! Já nas questões de habilidades que uma pessoa poderia ter ou desenvolver para chegar melhor no curso. Acho que a visão futurística do mercado, correto?

Denis Oliveira – Sim, com a previsão sempre temos que estar antenados nas notícias, prestar atenção nas alterações, qual mercado sairá mais afetado por determinada ocorrência, e por aí vai. Como o tufão no sul e nordeste, as lavouras foram bastante afetadas. O quanto que isso afetará na produção daquele estado? Os prejuízos? Perdas de emprego ou não, o que o governo (Ministério da Economia) poderá fazer para aliviar os efeitos causados?

Talita Souza – Sobre a rotina com o trabalho, a feira, e estudos. Como você faz para conciliar tudo nos momentos de cansaço e aproveitar seu tempo livre?

Denis Oliveira – Que tempo livre? (risos) Olha, minha pessoa sempre foi muito caseira, então nunca fui de rolê, não tive tanta dificuldade para conciliar.

Eu comecei em 2018, como jovem aprendiz na empresa aonde estou, e até então só fazia o curso técnico, então com as 6h do jovem aprendiz, entrava às 8h e saia às 14h, ainda vinha pra casa descansar e logo após o curso técnico, até ai tranquilo! Já quando fui efetivado (ou seja, trabalhava 8h) e tinha o curso junto, aí sim ficou puxado, só tendo tempo para dormir. Os trabalhos fazíamos na própria etec mesmo, já na faculdade foi mais apertado pela quantidade de matérias. O que me ajudou mesmo foi algumas folgas que tive da feira, pois em alguns momentos há bastante conteúdo.

Enfim, não tem muito o que fazer, você irá ficar com sono e cansado, mas conforme o tempo passa você pegará o ritmo, isso é como cada um reage as situações. Em algum momento irá sentir as consequências e acabará mudando devido as tarefas e responsabilidades que a universidade cobrará.

Talita Souza – Realmente, Denis! Você já tem ideia para qual área específica você deseja ir?

Denis Oliveira – No momento não. Escolhi o curso por também gostar de política e mercado financeiro (aplicações, bolsa de valores etc.) Por isso, se talvez eu tiver essa oportunidade de trabalhar nessas partes, eu ficaria feliz, pois tenho interesse! Todavia, não tenho nada definido, como fazer também um curso fora para ter experiências.

Talita Souza – Gente, a faculdade é uma coisa muito boa, pois vamos nos descobrindo em seu decorrer! No meu 1° semestre mesmo, estava meio bamba (citei isso na apresentação do 1° episódio, deem uma confiridinha lá), já que não sabia exatamente o que eu queria. Mas, quando fui conhecendo aos poucos cada matéria cogitei em várias! (risos) E no 4º para o 5º semestre conheci a área empresarial (fiquei apaixonada). E esse que é o legal, o autoconhecimento aos poucos, com surpresas e mais surpresas.

Agora me diz, você pretende continuar na feira?


Denis Oliveira – Por enquanto não penso em parar, apesar de ser puxado, já estou tranquilo com tudo, além de não perder o pique.

Talita Souza – E por último, o que você tira de bom tanto da faculdade como da feira, apesar da quarentena ter atrapalhado um pouco?

Denis Oliveira – Talvez a visão mais analítica das coisas, questões técnicas, como termos para auxiliar na minha função. Já na feira, o desenvolver da comunicação e responsabilidades, na empresa, conhecer o Excel, que sou apaixonado.

Talita Souza – Ótimo! Agradeço de coração por essa oportunidade Denis! Conceder esse pouco tempo que tem para falar da área (quem faz qualquer curso sabe que se deixar, o estudante passa o dia inteiro falando sobre!) E é com a sua ajuda que finalizo por aqui o 2º epi do podcast, amores! Obrigada pela leitura e sigam nossas redes sociais para mais conteúdo!

Denis Oliveira – Eu que agradeço o convite e sucesso com mais entrevistas futuramente!

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