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Junção do útil ao agradável: Profissional da educação e jornalista Simone Alves

Oi meu povo! Nesse novo episódio trago um papo "mix" para aqueles que cogitam em educação, jornalismo e até algumas informações sobre pós graduação! Já disponível também no podcast, dêem uma conferida e não esqueçam de deixarem um apoio daqueles (👍).


Educadora e jornalista Simone Alves

Olá, meus amores! Tudo bem?! Hoje no #CADACURSOCONTA trago alguém que sempre admirei muito e tive a oportunidade de ter aulas. E nesse 3º episódio, trouxe uma profissão um tanto mais didática, e agora deixarei ela se apresentar um pouco à vocês.

SIMONE ALVES – Olá, pessoal! Me chamo Simone, como a Talita disse, e, irei fazer uma breve apresentação:

Bom, fiz 50 anos de idade, tenho mais de 20 anos de formação em jornalismo, mas nesse meio tempo, quando eu tinha uns 15 anos de jornalismo, procurei fazer alguns cursos para ministrar aulas. Fiz licenciatura em língua portuguesa, uma pós graduação em comunicação empresarial e trabalhei por muitos anos em uma revista de segurança e saúde no trabalho, também voltada para segurança pública, patrimonial, e até escrevi para revistas pets.

Nesse meio tempo, já interessada em dar aulas, procurei algumas instituições para começar a tomar experiências na área, e o SENAC foi uma das empresas que comecei a trabalhar como freelancer (lá descartamos convite, mas no mercado de trabalho falamos freelancer), trabalhava na revista durante o dia, e pela noite ministrava aulas na área de comunicação e gestão de pessoas. Com isso, fiz outros cursos para me aperfeiçoar, até que em 2013 fui convidada a passar pelo processo seletivo do SENAC, sai da revista, e desde então estou a sete anos ministrando vários cursos em comunicação, gestão de pessoas, algumas coisas de RH e administração. No final do ano passado, finalizei uma pós graduação em gestão estratégica de pessoas e venho tentando aumentar meu leque de oportunidades para poder lecionar demais cursos.

TALITA SOUZA – Aproveitando esse vasto currículo, né? (risos) Gostaria de abordar algumas perguntas sobre a faculdade, a primeira foi jornalismo, correto?

SIMONE ALVES – Sim, realizei em Brás Cubas, em Mogi das Cruzes. Como já estou com 50 anos, me formei em 1992, então, além da USP, grande parte dessa geração estudava em Mogi. Não havia tantas opções de universidades como atualmente em São Paulo, por isso, grande parte acabava indo estudar em Mogi, e foi uma boa escolha.

TALITA SOUZA – Realmente, se formos fazer um comparativo de tempos atrás com hoje em dia, não havia essa quantidade de faculdade que há atualmente, felizmente as coisas mudam.


SIMONE ALVES – Sim, temos até que ter o cuidado, olhar no MEC, se é ou não recomendada, etc.

TALITA SOUZA – Temos que ter esse juízo. E gente, falando agora como a conheci, foi justamente em um curso no SENAC, que aliás tive a oportunidade de fazer alguns por lá, ainda que tenham sido de curta duração, valem muito a pena! Lembro que foi nos cursos de Redação Jornalística e Como Falar em Público. Estes que, acho de muita importância, para uma preparação ao mercado de trabalho! Tudo conta um pouco.

SIMONE ALVES – Você tocou em um assunto importante, por exemplo, a década de 80, 90 (quem for da minha época pode até testar isso), não tínhamos, além de tantas universidades, cursos extracurriculares, apesar do SENAC já existir, não havia tantas opções. Como exemplo, quando eu nem sonhava em trabalhar lá, ainda estava fazendo estágios na época do JO, fiz um curso bom de assessoria de imprensa lá, e nem imaginava que anos depois iria trabalhar na empresa.

Então, como dica, além da universidade, pós graduação ou MBA, é muito importante vocês enriquecerem o currículo e conhecimento com cursos livres, rápidos, porque como a Talita ressaltou, parece que a carga horária é pequena, porém, agregam bastante de forma prática, o que faz você se capacitar mais até dentro da área escolhida.

TALITA SOUZA – Sem dúvidas, até porque ajuda muito a sair da zona de conforto. No meu caso, por exemplo, a faculdade demanda muito de edição gráfica, já que muitos estágios pedem. Eu não gostava, todavia, poderia agregar um pouco! Então fui atrás de um curso de photoshop, e no final até que gostei! Portanto, tudo é válido, por mais que não gostemos, alguma lição será tirada dali.

SIMONE ALVES – Hoje em dia as redações são mais enxutas, e o jornalista não basta apenas exercer a comunicação, saber escrever ou falar. Precisa saber usar outras ferramentas, na minha época mesmo tínhamos os diagramadores, pessoal da arte. Então, era tudo separado, o jornalista estava ali apenas para escrever. Houve uma mudança no mercado da própria profissão que faz com que, hoje, vocês sejam mais completos. Logo, além da escrita e utilizar as técnicas da área, a parte da tecnologia também é importante, então, todos os cursos que vocês puderem fazer a mais para preencher essa lacuna, irão ter maiores oportunidades de trabalho.

TALITA SOUZA – Sobre a tomada de decisão, que a fez olhar e decidir que queria isso para a vida, como foi o caminho até lá?

SIMONE ALVES – Eu comecei a perceber, que acredito que todo jovem deverá aprender a compreender é: Suas habilidades.

Então, só para ficar mais claro, temos a sigla CHA (Conhecimentos, Habilidades e Atitudes).

O conhecimento seria aquilo aprendido na escola, nos cursos, até mesmo em um trabalho, são conhecimentos que você adquire voltados a teoria.

A habilidade é o conhecimento que você adquiriu posto em prática. Logo, o primeiro é o saber, depois torna-se o saber fazer e a atitude que é o querer fazer.

Por isso, é muito bacana quando temos o autoconhecimento, pois sempre digo ao pessoal: se conheçam. O que você gosta de fazer, o que sabe. E nisso, percebi que em todas as disciplinas que existiam na escola, a que mais me tocava era ler e escrever!

Fiquei muito em dúvida na época se eu faria letras ou jornalismo, e vendo filmes, novelas já pensando nessa habilidade que eu tinha mais forte que outras, decidi fazê-la. Dessa forma, comecei as pesquisas sobre e prestei o vestibular, e dentro da universidade, aquele momento que você diz “é isso que quero mesmo" foi quando desenvolvi, em uma cidade depois de Mogi, um jornal sobre aquele local, e fiquei com a editoria cidade na parte de entrevistar, vendo a necessidade das pessoas, como falta de saneamento básico, saúde. Aquilo me deixou maravilhada de que aquela profissão poderia ajudar os demais, com matérias nas quais pudessem auxiliar aquele bairro com o básico. Por fim, foi nesse momento que falei “Que bacana! Ser jornalista é legal!".

TALITA SOUZA – Eu também tive a chance de fazer um jornal comunitário, no qual escolhemos o bairro do Centro Histórico de SP, que tem um pouco de tudo! A questão do trabalhador, turismo, entre outros temas. Então, abrangemos bastante coisa, foi bem divertido! Creio que o JO tenha muito disso, nós abrirmos nossa cabeça para todos os lados possíveis.

SIMONE ALVES – Eu digo que o jornalista não sabe nada! (risos) Na verdade vamos aprendendo com as matérias que desenvolvemos, e o legal é que a fonte pense que não sabemos mesmo, para que assim, responda com mais detalhes.

TALITA SOUZA – Sim, lembro que em uma aula sua foi levantado um case seu sobre uma matéria que deveria que escrever sobre fechaduras, e logo fiquei pensando em como conseguimos extrair tanto de coisas que nem imaginamos.

SIMONE ALVES – (risos) Sim! Devemos escrever sobre tudo, às vezes o editor nos coloca em algumas situações. Essa não era a matéria dos meus sonhos (risos), temos que estar preparados para tudo, já que não vamos escrever sobre o que gostamos, algumas vezes aparecem umas pautas cabeludas para destrincharmos.

TALITA SOUZA – Com toda certeza! E como foi o momento de confrontar o mercado?

SIMONE ALVES – Outro desafio, pois quando estamos na faculdade (sem querer desanimar ninguém) ficamos deslumbrados com tudo, muitas coisas são só simulações, outras de fato conseguimos fazer, como entrevistas, todavia, quando chega ao dia a dia, a gente se depara com uma empresa, né? Precisa ter lucros, logo, um dos primeiros desafios foi em um estágio que fazia em Itaquaquecetuba, porém, era um jornal criado por um político na época, e quando o mesmo não ganhou as eleições, não teve vontade em dar continuidade. Estávamos a seis meses nesse projeto, com boas relações com o pessoal do bairro, boas matérias etc. E eu estava naquele momento de aprender, então quando foi fechado veio a frustração, já que aquilo que estava se concretizando não foi finalizado. Você não conseguir fazer o trabalho que gostaria, pois deve atender os interesses dos proprietários daquele veículo, acredito ser um grande desafio no mercado, nem sempre poder fazer aquilo da forma que gostaria, até porque tudo é editado, seja na tv, rádio, jornal. E sabemos, tudo vai seguindo mais os objetivos da empresa.

E quanto ao desafio, há também o de fechar a pauta, pois saímos da redação com a ideia que pode não ocorrer ou ter que modificá-la de uma forma que não era exatamente a proposta discutida.

Como com a Covid-19, você observa famílias sofrendo, economia quebrando, você é desafiado a não se envolver (ou tentar) emocionalmente.

TALITA SOUZA – Isso sem falar dos riscos que correm também, hoje em dia mesmo, com o tanto de agressões verbais e físicas que muitos profissionais estão tendo, chega a ser um tanto desanimador para aqueles que desejam cursar, entretanto, devemos ver as coisas por todos os lados, né?! Nada é perfeito.

SIMONE ALVES – Não mesmo, toda profissão terá coisas boas e as dificuldades, faz parte do processo.

TALITA SOUZA – Mudando um pouco para a atual área, que seria dando aulas no SENAC, me recordo que todas as atividades eram bem diferentes do que vemos em outras instituições, me chamou a atenção esses diferenciais. Todavia, com a pandemia, como está sendo lidar com todo esse processo do EAD?

SIMONE ALVES – Ótima pergunta! Dentro desse processo nós de qualquer área temos o dever de se reinventar. Muitas vezes alguns alunos até falavam para dar aulas pelo youtube, internet. E apesar da minha pessoa trabalhar com a comunicação, há coisas que nos intimidam, como a câmera no meu caso, já que sempre fui tímida (acredito ser até por isso que nunca busquei trabalhos na tv). E a vida nos leva para caminhos diferentes, então até março eu não imaginava que iria dar aulas pela internet, por isso tive que me reinventar junto a minha forma de ensino.

No começo, fiquei um pouco assustada, e quando percebemos que não iria voltar a normalidade tão rápido, a empresa deu todo o suporte, treinamentos e plataforma, e já me sinto bem melhor para ligar câmeras. Mas, é uma mudança brusca, tanto para os alunos como para os docentes, mas já estão se adaptando, apesar dos pedidos para a volta do presencial, tenho aprendido muitas coisas, ferramentas que até certa época eu não buscava, e com isso procuro sempre mais dinâmicas para aulas diferentes, tudo é importante. E com isso penso: “Será que muitas empresas não adotarão o homeoffice?"

Portanto, é um momento de aprendizado mútuo, uma habilidade nova que todos poderemos ter daqui para frente.

TALITA SOUZA – Sem dúvidas, eu mesma faço curso de línguas e quando soube que seria EAD, você já se indaga se irá aprender, como será o cenário, entre outros fatores. Acabou que tive e não quero mais soltar! (risos)

Em algumas empresas, acho válido optarem pelo a distância, já que vamos aprendendo algo de novo ou melhorando, sem deixar de mencionar o tempo em casa para refletir. E tudo bem, adoro contato físico com aquele olhar nos olhos, já que tudo conta, mas certos setores acredito que realmente irão mudar de posição após essas circunstâncias.

SIMONE ALVES – Até porque, há empresas até faturando mais, logo, apesar dos pesares, podemos ressaltar questões positivas até mesmo em mercados que passaram a ganhar mais ou a economizar sem a necessidade de todos os colaboradores dentro do local, pois o trabalho em casa não deixa de ser produtivo.

TALITA SOUZA – Como foi a transição para cada área?

SIMONE ALVES – Gostar de aula (se é que eu tinha um dom), sempre ocorreu na minha vida. Lembro que aos 12 ou 13 anos dava aulas de reforço para crianças menores que eu, estando na sexta séria, acabava ajudando alguns que tinham dificuldades. Logo, nessa época, eu e minha prima enchíamos o quintal com crianças para as aulas, e após isso, na adolescência, comecei a fazer disso um trabalho. Sempre gostei de ensinar, porém, o Jornalismo falou mais alto, mas a habilidade ainda ficou comigo. Me recordo que mesmo trabalhando como jornalista, gostava de orientar os novos funcionários com a maior paciência do mundo de como era tudo. Por essa razão, sempre foi algo que gostava de fazer! Nos meus trabalhos voluntários também, concedia algumas aulas, ainda que até então não era algo profissional, mesmo as pessoas dizendo que eu levava jeito (aquilo ficou no meu subconsciente), e nisso, chegou a época que conheci uma amiga psicóloga, que me aconselhou a dar aulas, a procurar, mesmo que dentro do JO, trabalhar com isso. Também foi ela que me incentivou a iniciar a pós graduação, que logo me abriu as portas para lecionar, e apesar do nervosismo, tudo deu certo! Mas só eu sabia o quanto me doía aquele medo de errar ou de não me entenderem.

Com isso, não sei se por destino ou se eu mesma que criei esse caminho, posso dizer que me sinto mais feliz em uma sala de aula do que em uma redação, não descarto a possibilidade de voltar um dia, mas a aula fala mais alto.

TALITA SOUZA – Creio que seja o momento certo para destacar que uniu o útil ao agradável, correto? Foi do jornalismo para ensinar sobre, não apenas esse setor como na comunicação em geral.

SIMONE ALVES – Sim, nada me impede, e quando me deram o curso de redação jornalística em 2016, fiquei feliz, pois iria poder ajudar o pessoal a conhecer a área, foi um presente.

TALITA SOUZA – É uma bela profissão, pensamos que (também) muito criticada, o professor é uma peça importante fazendo parte da vida do indivíduo, pois você consegue chegar ali com a ajuda de alguém que mal conhece, mas que esta ali disposta a te ensinar independente de quanta vezes você erre. Por isso fica aqui uma admiração total!

Quais dicas teria para dar sobre pós graduação? A transição, as demandas, etc.?

SIMONE ALVES – Eu fiz em 2017 e agora em 2018/2019 que foi 1 ano e meio. É bem interessante por fugir do ambiente da graduação, como um bate-papo, torna-se uma troca de experiências, claro, junto ao professor com muito mais conhecimento didático, e alguns já trabalham na área, são consultores, jornalistas, empresários, entre outras funções. Portanto, é muito rico! Todavia, há trabalho, já que não é todos os dias como a graduação, algumas são um dia inteiro aos sábados, então não tem uma carga horária pesada, por isso algumas atividades terão que ser feitas em casa mesmo. E, em um ano e meio, imagine tendo que fazer um TCC, pois terá que desenvolver uma monografia ao final, em algumas faculdades é individual, outras em equipe, o que pode ajudar muito na divisão de tarefas.

Entretanto, te oferece muita vivência, ótima para também o networking em sala de aula com pessoas que já trabalham ou trabalharam no setor, um linkedin ao vivo! (risos).

Super válido, ver a grade, escolher com calma, qual instituição, entre outros fatores, pois é um bom investimento.

Acrescentando mais uma coisa, na minha época não havia tantas saídas da faculdade, não era comum encontrarmos alguns cursos de pós ou ir direto assim que concluísse a graduação. Normalmente demoravam anos para ir atrás, hoje já é diferente, meu sobrinho mesmo terminou direito e já está fazendo pós. Por isso, a pessoa que finaliza já procura algo, é um cenário distinto, já querem logo em seguida, diferente de tempos atrás que a preocupação era assim que sair da faculdade ir trabalhar.

TALITA SOUZA – Isso será até um tema de um próximo episódio que desejo fazer, sobre essa decisão rápida que às vezes é bom, porém em outros momentos, a sede ao pote acaba nos frustrando, portanto, a melhor coisa torna-se pesquisar sobre.

Para finalizar, quais dificuldades (de jornalismo e educação) que podemos estar cientes para analisar?

SIMONE ALVES – Por mais que a gente faça o que gostamos, sempre existirão dificuldades, como em ganhar dinheiro no JO. Porém, atualmente você tem chances de trabalhar dentro de várias áreas. Mas, uma dica é: durante o curso, é bacana já procurar fazer contatos e estágios, que você sabe que pode crescer ali, procurando na prática. Então, é já criar um caminho para o ramo, pois podemos perceber que não queremos aquilo, sem problemas de desistir do curso ou terminar para levá-lo a outro caminho, pois a comunicação te dará um grande número de possibilidades de trabalho. Portanto, não se deixe levar pelas vozes de que tudo é difícil, realmente, pode mais pra um e menos para outros, contudo, é o caminho que fazemos também.

E dentro do CHA (Conhecimentos, Habilidades e Atitudes) é buscar sempre o autoconhecimento, o que você realmente quer, seus dons. Testes de vocação também podem ajudar a buscar algo próximo, procurar cursos técnicos, livres, e quem sabe até perceber neles a área desejada antes de iniciar a universidade.

TALITA SOUZA – Tudo ajuda! Não ficando na zona de conforto, e logo percebi quando entrei no meu curso de JO a quantidade de gente tímida que você não esperava, pelo fato de ser uma coisa voltada a comunicação. Mas não há problema algum! Vamos aprendendo tantas coisas no decorrer, você acaba se soltando, é algo que mexe muito com o autoconhecimento!

E pessoal, chegou ao fim! fico extremamente agradecida pelo papo, apesar de estar online, sempre descobrimos algo novo , então fico grata por essa oportunidade concedida pela Simone!

SIMONE ALVES – Imagina, eu que fico agradecida por ter se lembrado de mim com tantos professores, é bem bacana que eu possa ter deixado algo bom. Espero de alguma forma ajudar a todos que escutarão ou irão ler, trocando experiências, pois são histórias de vida que podem se encaixar na do outro.

TALITA SOUZA – E esse foi o 3º episódio do #CADACURSOCONTA, eu fico por aqui amores, nos ouvimos na próxima!

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